28 de fev. de 2019

Carnaval: Lixo em dobro durante a folia

O período de Carnaval no Brasil é tempo de festa para muitos, de descanso para outros e também de muito trabalho para profissionais de determinadas áreas como as ligadas aos cuidados com o meio ambiente. A população nas cidades com faixa litorânea aumenta de forma expressiva e a geração de lixo torna-se uma preocupação devido ao impacto na natureza.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) Meio Ambiente, o plástico é o maior desafio ambiental do século XXI, que já afeta mais de 600 espécies marinhas e a estimativa é que em 2050 a quantidade de plásticos na água supere a de peixes. A cada ano, de acordo com o Greenpeace UK, são despejados nos oceanos cerca de 12,7 milhões de toneladas de plástico, desde garrafas e sacos plásticos até canudos.

A concentração de foliões nas ruas, orlas e dunas é sinônimo de trabalho redobrado para os responsáveis pela coleta de resíduos sólidos. Dados levantados pelo Comitê da Bacia do Rio Urussanga com a colaboração das prefeituras de Balneário Rincão e Jaguaruna mostram que toneladas ainda são retiradas mensalmente das orlas nas praias no Sul de Santa Catarina.

Com aproximadamente 14 mil residências, Balneário Rincão instalou mais lixeiras e contratou coletores para recolher diariamente o lixo ao longo da extensão de 13 quilômetros de orla marítima com o apoio do Corpo de Bombeiros. No período de Carnaval, recipientes que comportam até 200 litros de lixo são distribuídos.

Números de 2018 mostram que na comparação entre o mês de fevereiro, quando ocorreu o Carnaval, e de março, foi contabilizado quase o dobro de volume de lixo, sendo 497 toneladas em fevereiro contra apenas 275 toneladas em março. As coletas foram realizadas nas casas, dunas e orla.

“Distribuímos panfletos com o intuito de pedir à população para ajudar nesta questão do lixo, na maneira correta do descarte, e também para respeitar as mãos que limpam a nossa cidade”, explica o coordenador do Samae de Balneário Rincão responsável pela limpeza das dunas e da orla, Jorge Da Luz.

Já em Jaguaruna, a faixa costeira do município é de 37,5 quilômetros e contempla dez balneários. Durante o veraneio, a Prefeitura recolhe aproximadamente 900 toneladas de lixo, segundo dados da Secretaria de Administração e Finanças.

“O recolhimento desta quantidade significativa de resíduos sólidos, principalmente no que se refere ao plástico, é muito importante para evitar a contaminação dos rios próximos da orla e também do mar”, salienta a técnica em Recursos Hídricos da AGUAR para o Comitê da Bacia do Rio Urussanga, Rose Maria Adami.

Por isso, consciência e atitude são as palavras chaves para mudar a realidade neste Carnaval. Reduzir o uso e potencializar a reciclagem são algumas das alternativas. Cem toneladas de plástico recicladas, por exemplo, reduzem a emissão de gases de efeito estufa, evitam toneladas de resíduos plásticos em aterros e economizam o uso de 450 litros de água. A campanha da ONU “Mares Limpos” incentiva como agir para combater a poluição plástica. Conheça esta iniciativa no site: https://www.menos1lixo.com.br/mares-limpos

Lixo na orla em Balneário Rincão

Em assembleia da AGUAR, plano de trabalho e ações são aprovadas

Membros da Associação de Proteção da Bacia Hidrográfica do rio Araranguá (AGUAR) se reuniram no dia 26 de fevereiro para discutir assuntos pertinentes à quarta assembleia da entidade, que é responsável para exercer a secretaria executiva dos Comitês das bacias dos rios Urussanga, Araranguá e afluentes do rio Mampituba.

Os participantes aprovaram os trabalhos desenvolvidos no ano de 2018, a prestação de contas dos recursos financeiros aplicados e o plano de atividades para 2019, que envolve apoio técnico, logístico e operacional aos dois comitês de bacias hidrográficas do Extremo Sul Catarinense. Além destes assuntos administrativos, os membros debateram sobre um possível acordo com a Universidade do Minho (Portugal), bem como discutiram encaminhamentos para a criação de uma logomarca para a entidade.

Ao final do encontro, o presidente da AGUAR, Antonio José Porto, demonstrou satisfação com o andamento dos trabalhos. "A entidade e os Comitês poderão ser beneficiados e fortalecidos com novas parcerias e projetos", frisou.

Texto/colaboração: Cenilda Mazzucco - Coordenadora da entidade executiva AGUAR



27 de fev. de 2019

Técnica participa de reunião do CIEA/SC

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Sustentável (SDS), em Florianópolis, acolheu, no dia 22 de fevereiro, a primeira reunião do ano da Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental de Santa Catarina (CIEA/SC), entidade vinculada à Gerência de Planejamento e Educação Ambiental. A técnica de recursos hídricos da Aguar à disposição do Comitê da Bacia do Rio Urussanga, Rose Maria Adami participou do encontro representando o Fórum Catarinense de Comitê de Bacias Hidrográficas. 
A reunião ordinária apresentou os novos gestores da SDS e deu início ao planejamento das ações para a gestão 2019/2020 e organização da agenda de reuniões no ano de 2019. O secretário da SDS, Lucas Esmeraldino, e o secretário Adjunto, Amândio João desejaram um ano produtivo para a Comissão e se colocaram à disposição para colaborar com as ações de educação ambiental. 
Para o planejamento de ações deste ano, a Comissão elencou cinco prioritárias: a participação no Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, que acorrerá no final do segundo semestre de 2019, em Ouro Preto (MG); a possibilidade de realização do Encontro Catarinense de Educação Ambiental; a divulgação do Portal de Educação Ambiental de Santa Catarina; a mobilização dos Grupos de Trabalho de Educação Ambiental, nas 10 Regiões Hidrográficas de Santa Catarina; e o retorno às discussões da Política Estadual de Educação Ambiental de Santa Catarina (ProEEA/SC), para possíveis mudanças. 

SOBRE A CIEA/SC
A CIEA/SC, sob coordenação da Gerência de Planejamento e Educação Ambiental vinculada diretamente à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, é constituída por 24 instituições públicas e privadas, representativas da sociedade catarinense. A Comissão, em sintonia com a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), tem por finalidade identificar, analisar e propor ações e processos participativos na construção e acompanhamento de políticas e programas de Educação Ambiental no Estado. Mais informações no site: http://educacaoambiental.sds.sc.gov.br/


7 de fev. de 2019

Entidade executiva apresenta atividades para Comitês do Sul e SDS

Concluídos os primeiros quatro meses de apoio técnico, logístico e operacional aos Comitês das bacias hidrográficas dos rios Araranguá e Urussanga, a entidade executiva AGUAR realizou na quarta-feira, dia 6, uma reunião da equipe técnica com dirigentes dos comitês destas bacias e técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Sustentável - Diretoria de Recursos Hídricos. 
A finalidade do encontro foi apresentar as atividades desenvolvidas até o momento, conforme cronograma previsto no plano de trabalho aprovado pelas plenárias dos Comitês. A coordenadora geral da entidade executiva, Cenilda Maria Mazzucco, esclareceu o funcionamento e a estrutura da entidade executiva e as competências de cada membro da equipe. 
Em seguida, questionamentos e dúvidas a respeitos de procedimentos técnicos foram esclarecidos pelos técnicos da SDS - Diretoria de Recursos Hídricos, Tiago Zanatta e Cesar Seibt. As técnicas em recursos hídricos, Michele Pereira da Silva e Rose Maria Adami, expuseram o calendário de ações de cada Comitê composto por Plano de Trabalho, o Plano de Comunicação e Mobilização e o Plano de Capacitações.


Os técnicos da SDS - Diretoria de Recursos Hídricos alertaram para a execução do Plano de Trabalho e sobre a necessidade de adequação dos regimentos dos Comitês à Resolução 19/2017 do Conselho Estadual de Recursos Hídricos. O técnico em recursos hídricos, Cesar Seibt avaliou de forma positiva o encontro e ressaltou a importância da presença dos presidentes dos comitês e da entidade executiva no acompanhamento dos trabalhos.
“O objetivo da reunião foi alcançado uma vez que a exposição dos trabalhos desenvolvidos e em andamento permitiu o acompanhamento pelos presidentes dos comitês. A presença dos técnicos da Diretoria de recursos hídricos colaborou com esclarecimentos e orientações na condução do processo”, destaca a coordenadora da AGUAR.

Texto: Eliana Maccari - Jornalista MTB JP 04834 SC
Colaboração: Cenilda Mazzucco - Coordenadora da entidade executiva AGUAR

Diretoria promove primeira reunião do ano

Membros da diretoria do Comitê da Bacia do Rio Urussanga se reuniram pela primeira vez após a posse dos novos membros, em dezembro de 2018. O encontro ocorreu na sede do órgão colegiado, em Urussanga, na manhã do dia 6 de fevereiro, com o intuito de dar encaminhamentos as primeiras ações do ano. Participaram da reunião a coordenadora da entidade executiva AGUAR, Cenilda Mazzucco, e a técnica de recursos hídricos da AGUAR para o Comitê Urussanga, Rose Adami, além da presidente do Comitê, Carla Possamai Della e integrantes da executiva.

As discussões foram entorno das atribuições dos cargos de presidente e vice-presidente, informações sobre a primeira capacitação direcionada a membros, cadastramento da Câmara Técnica de Assessoramento (CTA-CBH Urussanga), substituição de entidades membros e assentos vagos, acompanhamento do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Urussanga, pauta da próxima assembleia ordinária, participação dos membros em eventos relacionados aos recursos hídricos e informações sobre a participação na Audiência Pública para apresentação e discussão do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) da Mina Rio América.

A próxima reunião da diretoria ocorrerá no dia 20 de abril. A primeira capacitação permanente dos membros do Comitê Urussanga será no dia 13 de março, mesma data da 1ª Assembleia Geral Ordinária, ainda com local e horário a definir.

Texto: Eliana Maccari - Jornalista MTB JP 04834 SC
Colaboração: Rose Maria Adami - Técnica em Recursos Hídricos da AGUAR para o Comitê da Bacia do Rio Urussanga


6 de fev. de 2019

Bandeira em defesa da água é proposta ao Poder Executivo

A gestão participativa é um dos pontos de atuação a ser intensificado no Comitê da Bacia do Rio Urussanga, no ano de 2019. Na terça-feira, dia 5, o prefeito de Urussanga, Luiz Gustavo Cancelier, recebeu em seu gabinete representantes e profissionais do órgão colegiado com objetivo de estabelecer futuras parcerias e fortalecer o conhecimento a respeito das competências da entidade. O gestor municipal representa a Associação dos Municípios da Região Carbonífera (AMREC) dentro do Comitê e assumiu, no final de 2018, a função de vice-presidente do órgão colegiado.
Participaram do encontro com o prefeito, a presidente do Comitê da Bacia do Rio Urussanga, Carla Possamai Della, a coordenadora da entidade executiva AGUAR, Cenilda Mazzucco, e a técnica em recursos hídricos, Rose Adami. Na oportunidade foram levantadas questões como as atribuições do órgão colegiado e a contribuição dos chefes do Poder Executivo à frente dos municípios da região.
Para Carla, o prefeito de Urussanga será o porta-voz em defesa da água e do meio ambiente junto aos prefeitos da AMREC, principalmente nos municípios de Urussanga, Cocal do Sul, Morro da Fumaça, Criciúma, Içara e Balneário Rincão, que estão inseridos na bacia, para implantar as ações aprovadas no Plano de Recursos Hídricos.
“É imprescindível a participação dos prefeitos na gestão de recursos hídricos junto ao Comitê. Observa-se o agravante da escassez de água com qualidade na maioria dos municípios da região carbonífera. Além disso, está em andamento o Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Urussanga que será um instrumento de planejamento muito importante para a definição dos usos. Por isso é essencial a participação dos prefeitos na discussão da elaboração do Plano e seus posicionamentos. O diagnóstico que foi levantado pela equipe técnica responsável pela elaboração do Plano e pelas contribuições nas audiências públicas servirá de base para elaboração de projetos e ações a curto, médio e longo prazo. Este assunto é de interesse comum dos municípios e cidadãos inseridos na bacia”, salientou a presidente do Comitê.
Cenilda Mazzucco enalteceu a finalidade da secretaria executiva AGUAR no apoio logístico, técnico e operacional aos Comitês dos rios Urussanga e Araranguá com recursos provenientes do Fundo Estadual de Recursos Hídricos. “A equipe assumiu os trabalhos em outubro de 2018 e agora está executando o plano de trabalho de cada Comitê retomando a mobilização, capacitação e fortalecimento do quadro de entidades membros".
As principais atividades que serão desenvolvidas pelo Comitê da Bacia do Rio Urussanga no decorrer deste ano foram apresentadas ao prefeito pela técnica em recursos hídricos, Rose Adami. O Comitê da Bacia do Rio Urussanga foi criado por Decreto Estadual em 2006 e é composto por 40 assentos, sendo 16 representantes de entidades da população da bacia, 16 representantes de usuários de água e 8 representantes de órgãos públicos estaduais.



COMPETÊNCIAS DO COMITÊ
Os Comitês de Bacias Hidrográficas são órgãos colegiados do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos instituídos pela Lei 9.433/1997 que tomam decisões referentes aos usos da água no domínio da bacia, tanto na água superficial (nascentes, rios e lagos), como da água subterrânea (lençol freático).
A Lei Federal nº 9.433/1997 estabelece que compete ao Comitê de Bacias Hidrográficas articular a atuação das entidades componentes e promover debate referente aos recursos hídricos, arbitrar conflitos relacionados aos recursos hídricos, aprovar o Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica, acompanhar a execução do PRHB e verificar o cumprimento das metas, propor ao CNRH e CERH captação e lançamento de pouca expressão, para efeito de isenção da obrigatoriedade de outorga de direito de uso da água, estabelecer mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados, e estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.

3 de fev. de 2019

Escassez de água gera preocupação no período de veraneio

A demanda de consumo de água no verão aumenta consideravelmente em municípios com faixa litorânea inseridos na bacia do rio Urussanga. A situação gera preocupação e o alerta é feito à população pelo Comitê da Bacia do Rio Urussanga, órgão colegiado que toma as decisões referentes aos usos da água no domínio deste território.
De acordo com dados de empresas de saneamento das cidades de Balneário Rincão e Jaguaruna, o aumento no consumo de recursos hídricos durante esta temporada varia de 100% a 300%. O comparativo é feito entre os períodos de baixa e alta temporada. Segundo o Samae de Balneário Rincão, a água é utilizada em dobro e inclusive já registra uma baixa no nível da lagoa de captação.
“No inverno temos registros de 80 a 100 litros por segundo. Já no verão sobre de 180 a 200 litros por segundo. Algumas vezes temos que manter todas as bombas ligadas 24 horas. Fazemos uso da água da Lagoa do Faxinal para a Estação de Tratamento de Água. Desde dezembro já baixou 25 centímetros esta lagoa de extensa área, o que mostra grande quantia de água consumida. Devemos lembrar que dependemos de água para viver e por isso é fundamental usar com consciência”, salienta o engenheiro químico do Samae de Balneário Rincão, Jean Paulo Zappelini.
O profissional orienta para atitudes voltadas ao uso racional. “Ações como utilizar de forma breve o chuveirão na beira mar, não lavar os carros com frequência, usar por mais tempo a água de piscinas, não lavar calçadas e regular o tempo de banho podem contribuir para minimizar o consumo. Estes gestos irão resultar em ganhos no abastecimento constante”, frisa.

AUMENTO EM JAGUARUNA É DE 300%
Em Jaguaruna, a empresa Águas de Jaguaruna utiliza as águas da Lagoa do Arroio Corrente como fonte de abastecimento de água bruta. A captação está localizada às margens das Dunas. A empresa também realiza o mesmo processo na Lagoa do Balneário Esplanada.
Por se tratar de balneários, o consumo é basicamente para residências. No inverno, a média diária é em torno de 8 m³ por hora. Mas no verão, a média chega a 32 m³ por hora. “Durante a temporada o aumento no consumo chega a 300%. Uma das maiores preocupações em um sistema de abastecimento de água é o manancial que fornece a água bruta para o tratamento e posterior distribuição. Em Jaguaruna captamos água da lagoa, que nos fornece uma água de ótima qualidade e suficiente para os períodos de maior consumo”, esclarece o químico responsável técnico pelo tratamento de água na empresa Águas de Jaguaruna, Rafael Macieski.
A Águas de Jaguaruna desenvolve projetos como “Fazendo a Limpa”, “Uma Vida Rega a Outra” e “Viva a Lagoa” que, de acordo com a empresa, são ações que visam proteger os mananciais e garantir água para as próximas gerações.

DICAS PARA EVITAR A ESCASSEZ
Preocupado com a conscientização dos cidadãos inseridos nestes municípios de faixa litorânea, o Comitê da Bacia do Rio Urussanga traz orientações, em parceria com as empresas de saneamento Samae de Balneário Rincão e Águas de Jaguaruna, a respeito de atitudes a fim do uso racional de recursos hídricos.

- Não lavar o carro com mangueira, mas quando houver necessidade abrir a torneira apenas quando for tirar a espuma;
- Fechar a torneira aos escovar os dentes;
- Substituir antigas válvulas de descarga na parede por caixas de descarga;
- Usar o chuveirão na beira mar de forma breve apenas para tirar o sal rapidamente, visto que a maioria das pessoas chega em casa e toma outro banho;
- Quando lavar a louça, ensaboar e posteriormente lavar tudo de uma vez;
- Não lavar calçadas;
- Investir num sistema de captação de água da chuva para uso em descarga de banheiros, limpeza de pátio e para regar plantas.


Texto: Eliana Maccari - Jornalista MTB JP 04834 SC
Colaboração: Rose Maria Adami - Técnica em Recursos Hídricos da AGUAR para o Comitê da Bacia do Rio Urussanga


1 de fev. de 2019

Cultura local: Pescadores dedicam dia para agradecimento às águas

A pesca artesanal é uma atividade econômica reconhecida em Santa Catarina também como um patrimônio cultural. Na região sul do Estado, a associação Colônia de Pescadores Z-33 mantém esta tradição nos municípios de Balneário Rincão e Jaguaruna. Por este motivo, a entidade integra o Comitê da Bacia do Rio Urussanga e participa das deliberações a respeito da gestão de recursos hídricos. Um exemplo de identidade territorial com os ecossistemas aquático e marinho.

O dia 2 de fevereiro é uma das datas representativas para a classe por enaltecer Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá, conhecidas como rainhas dos mares. Nesta época, pescadores levam oferendas dentro do barco até alto mar em forma de devoção. Em Balneário Rincão, a igreja na área central irá acolher os pescadores para fortalecer a fé em momentos de agradecimento e orações voltados à padroeira, já que a classe diariamente enfrenta dificuldades na captura de pescado e na valorização da profissão.

A água é lugar de passagem e ponto de navegação e deslocamento. Carlos Diegues, no livro “A imagem das águas”, destaca que no universo da pesca também existe a evidência de significados simbólicos como o fato de ser fonte de saúde e cura dos males do corpo. A ideia é associada aos duelos que o pescador enfrenta com o mar, sendo ao mesmo tempo fonte de criação e destruição.

A obra também apresenta os significados múltiplos deste recurso hídrico em aspectos materiais e imaginários. Além de objeto de contemplação, a água é utilizada em cerimoniais sagrados e mitológicos, práticas agrícolas, cultivo de plantas e flores, fecundação da terra e campo científico.

COLÔNIA Z-33
A Colônia de Pescadores Z-33 é composta por sete comunidades pesqueiras, chamadas de capatazias: Balneário Rincão, Balneário Barra Velha, Lagoa dos Freitas, Lagoa dos Esteves, Pedreiras, Balneário Torneiro e Balneário Esplanada. Estas comunidades pesqueiras artesanais estão localizadas no entorno de áreas urbanizadas dos municípios de Balneário Rincão e Jaguaruna, margeando as lagoas e os balneários e também em áreas mais afastadas do litoral.

De acordo com a presidência da associação, a Colônia de Pescadores Z-33 possui mais de dois mil associados. A pesca artesanal desenvolvida pelos pescadores é praticada de forma autônoma ou em regime de economia familiar, com meios de produção próprios ou mediante contrato de parceria, utilizando métodos simples de captura e pouca capacidade de armazenagem do pescado capturado.

A frota pesqueira da Colônia Z-33 possui mais de dez embarcações de pequeno porte e botes infláveis. Os pescadores praticam a captura do pescado basicamente no mar, utilizando como modalidades de pesca, canoas, redes de arrasto, de corrico, de pandorga, de calão, tarrafas e espinhéis.

Um diagnóstico trouxe alguns indicadores confiáveis e válidos da qualidade da água e dos sedimentos da bacia do rio Urussanga, que vão repercutir na quantidade e qualidade da unidade do recurso, ou seja, o pescado. Diante da contaminação da água do rio Urussanga, os dados contribuem para o reconhecimento da escassez do pescado tanto no rio, quanto em algumas lagoas.


Texto: Eliana Maccari - Jornalista MTB JP 04834 SC
Colaboração: Rose Maria Adami - Técnica em Recursos Hídricos da AGUAR para o Comitê da Bacia do Rio Urussanga