25 de mar. de 2019

Plano de Recursos Hídricos: Cenário desejado é proposto pelos usuários de água

Oficina participativa apresentou dados preliminares do Plano de Recursos Hídricos

Os primeiro dados da elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Urussanga, levantados pela equipe técnica da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), foram apresentados para representantes do poder público, usuários de água e população na tarde desta segunda-feira, dia 25, no salão paroquial de Morro da Fumaça.

Os números são referentes às demandas hídricas divididas nos setores: população urbana, irrigação, indústria, mineração, aquicultura, criação animal e população rural. A partir destes dados, os profissionais projetaram os cenários tendenciais, com base nos setores, nos períodos em curto prazo até 4 anos, médio prazo até 8 anos e a longo prazo até 12 anos. 


Após esta apresentação, a equipe técnica da UNISUL aplicou uma metodologia com os participantes da oficina a fim de criar cenários futuros desejados pelos cidadãos. De acordo com o coordenador técnico do Plano, Leonardo Porto Ferreira, diversos fatores influenciam na decisão de cenários futuros como, por exemplo, questões ambientais e sociais. “A intenção da manifestação dos participantes visa uma projeção de futuro próxima do real que, posteriormente, refletirá no plano de ação para melhorar a gestão dos recursos hídricos”, pontua.

A oficina participativa faz parte do prognóstico, que integra a etapa D do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Urussanga. Juntos, diagnóstico, que se refere à situação, e prognóstico, que mostra o cenário de evolução, apontam as áreas críticas para gestão em termos de qualidade e quantidade, e são a base para a criação de um plano de ação que projeta as ações e os investimentos. 

A elaboração do Plano de Recursos Hídricos é de responsabilidade da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) com o apoio financeiro da Fundação de Amparo a Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc) e acompanhamento do Comitê da Bacia do Rio Urussanga.


PRÓXIMAS OFICINAS SERÃO EM ABRIL
As oficinas previstas dentro do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Urussanga são a oportunidade da sociedade discutir importantes questões relacionadas ao futuro das águas. Os participantes auxiliam nas decisões e subsidiam as propostas para o desenvolvimento e a preservação da bacia hidrográfica. As próximas oficinas irão abordar e debater a qualidade da água e os diferentes usos. Os encontros serão realizados nos dias 16 e 30 de abril, em locais e horários a serem definidos e divulgados posteriormente. 

22 de mar. de 2019

Mensagem Dia Mundial da Água


Novo projeto aborda gestão eficiente dos recursos hídricos

Nesta sexta-feira, Dia Mundial da Água, o Comitê da Bacia do Rio Urussanga lançou novos projetos e promoveu atividades em três municípios. A iniciativa “Águas da Minha Escola” foi aderida pelas escolas municipais Jorge da Cunha Carneiro, em Criciúma, e Colégio Integração, em Morro da Fumaça. O projeto integra o programa de gestão eficiente dos recursos hídricos em espaços públicos inseridos na Bacia do Rio Urussanga.


“O objetivo do projeto é auxiliar as diferentes instituições no planejamento do uso e consumo da água, a fim de contribuir para mudanças de comportamento dos consumidores e reduzir o desperdício de água. A participação das escolas nas atividades é de suma importância para, por meio da educação e exercício da cidadania, despertar para conscientização, responsabilidade e a participação social”, explica a presidente do Comitê da Bacia do Rio Urussanga, Carla Possamai Della.


O Comitê também participou de atividades e ações na praça central de Urussanga prestando informações, apresentando experiências e propondo interação aos alunos por meio de desenhos, aproximando desta forma os estudantes e integrando a comunidade. A iniciativa foi realizada em parceria com a Fundação do Meio Ambiente (FAMU), o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (SAMAE), Epagri, Rotary Club e escola estadual Barão do Rio Branco.



No ciclo da vida, a água é destaque e utilizada em todos os setores

Dados chamam a atenção para a importância do uso consciente nos processos produtivos

O fato não é invisível aos olhos. O recurso não é infinito. A consciência e as atitudes da população não mudam. Qualquer cidadão percebe o quanto a água é realmente essencial para a vida e como ela está presente no nosso dia a dia. E é nítida a ausência de planejamento, gestão e zelo em relação a este recurso natural. Mas não adianta somente ver. Será necessário sentir a falta para dar o verdadeiro valor. E talvez não demore...

Na salvaguarda estão os Comitês de Bacias Hidrográficas, órgãos colegiados responsáveis por promover o gerenciamento descentralizado, participativo e integrado dos recursos hídricos. Os beneficiados são todos os usuários que, divididos por setores, mostram de que modo e para qual finalidade usam a água.

Dados levantados até o momento na bacia do Rio Urussanga, e que posteriormente serão um instrumento guia para o futuro com o Plano de Recursos Hídricos, apresentam as estimativas de demanda hídrica por setor e alertam para a importância do uso consciente nos processos produtivos. O maior consumo é feito pela população urbana, sendo 38%. Enquanto outros 22% são para a irrigação e 21% para a indústria. A mineração utiliza 7% e bem próximo está a aquicultura com 6%. A criação animal aparece com 4% criação animal enquanto a população rural representa apenas 2%.

A agricultura é a prova de uma cadeia que consome água em diversas atividades. “Na prestação de assistência técnica aos agricultores em Santa Catarina, a utilização da água está presente de várias formas como na produção de arroz irrigado, sendo na AMREC em torno de 20 mil hectares, na piscicultura com a criação de peixes em torno de 105 hectares, na irrigação por aspersão na produção de hortaliças e frutas cerca de 150 hectares, no abastecimento e dessedentação de animais, na limpeza e higienização de unidades de produção artesanal, entre outras”, explica o engenheiro agrônomo da Epagri, Fernando Damian Preve Filho.

A preocupação com a água para os agricultores é tão relevante que, recentemente, a assistência técnica da Epagri está colaborando para um projeto de armazenamento de água em algumas propriedades de arroz. A demanda está aumentando e por este motivo a gestão eficiente dos recursos hídricos é o caminho para garantir água no futuro e para todos. Neste contexto, o papel do Comitê é promover o gerenciamento descentralizado, participativo e integrado.

ONU ABORDA EXCLUSÃO
Ter acesso à água e ao saneamento é um direito humano reconhecido internacionalmente. Contudo, a Organização das Nações Unidas (ONU) traz dados surpreendentes sobre este fato. Mais de 2 bilhões de pessoas ainda não dispõem dos serviços mais básicos. Por isso, o último Relatório Mundial das ONU sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos foi intitulado “Não deixar ninguém para trás”. A intenção é explorar os sinais de exclusão e investiga formas de superar as desigualdades.

Irrigação horta do hospital de Urussanga - foto de Caroline Crocetta
Texto: Eliana Maria Maccari - Jornalista MTB JP 04834SC

20 de mar. de 2019

Comitê Rio Urussanga participa de Seminário Internacional da Água

Nos dias 14 e 15 de março, a cidade de Piracicaba (SP) foi sede do Seminário Internacional da Água. De organização do Instituto Movimento Cidades Inteligentes, o evento promoveu debates relacionadas à preservação deste recurso natural no Brasil e no mundo e as formas de uso. O Comitê da Bacia do Rio Urussanga foi representado pela entidade membro (usuário de água) Colônia de Pescadores Z33, por meio do engenheiro químico e Mestre em engenharia ambiental, Antonio Adílio da Silveira.

De acordo com Silveira, o seminário buscou sensibilizar os agentes públicos e empresários sobre a utilização da água nos sistemas produtivos, além de tentar tocar a população a respeito da preservação e utilização sustentável, e chamar a atenção dos meios de comunicação para o grave problema da escassez de água potável.

O representante do Comitê Rio Urussanga no Seminário Internacional da Água acompanhou os palestrantes do exterior. Tunísia, México e Chile relataram problemas com a escassez, qualidade dos mananciais, abastecimento público e dificuldades em regiões de deserto e geleira. Já na situação do Brasil foram apresentados problemas na qualidade dos mananciais, falta de água nas grandes cidades e na região nordeste.

“As dificuldades relacionadas à água não são um problema local ou regional. A falta de gestão dos recursos hídricos e a pressão econômica é um problema mundial. As grandes cidades e as regiões metropolitanas estão fazendo suas captações de água cada vez mais distantes, aumentando desta forma o preço dos serviços prestados. Os Comitês de bacias hidrográficas devem ter participação ativa nas tomadas de decisões dos usos dos recursos hídricos e das atividades degradadoras dos mananciais em suas bacias”, frisa Silveira.

Novos projetos serão lançados no Dia Mundial da Água

Uma série de atividades e ações foi programada pelo Comitê da Bacia do Rio Urussanga para celebrar o Dia Mundial da Água (22 de março) nesta semana. Na sexta-feira, a partir das 7h30min, acontecerá o lançamento de um novo projeto na escola municipal de ensino fundamental Jorge da Cunha Carneiro, no bairro Próspera, em Criciúma.

Intitulado “Águas da Minha Escola”, a iniciativa do Comitê fará parte do programa de gestão eficiente dos recursos hídricos em espaços públicos inseridos na Bacia do Rio Urussanga. O projeto também será lançado no Colégio Integração, em Morro da Fumaça, a partir das 9h45min.

Outra ação educativa será promovida na Praça Anita Garibaldi, em Urussanga, durante todo o dia 22 de março. Informações, desenhos e jogos irão envolver os alunos da rede municipal e a comunidade. A atividade será realizada em parceria com a Fundação do Meio Ambiente (FAMU), o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (SAMAE), Epagri, Rotary Club e escola estadual Barão do Rio Branco.

Além dessas atividades, representantes de entidades membros do Comitê da Bacia do Rio Urussanga serão fonte de informação e irão abordar, em entrevistas, a importância da água nos processos produtivos e os exemplos de boas práticas.


19 de mar. de 2019

Futuro da bacia do Rio Urussanga será decidido em oficinas participativas

Os recursos hídricos da bacia do Rio Urussanga foram estudados minuciosamente por um grupo de profissionais de diversas áreas nos últimos seis meses. O empenho dos técnicos faz parte da elaboração do Plano de Recursos Hídricos. A execução é de responsabilidade da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) com o apoio financeiro da Fundação de Amparo a Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc).

A etapa C do projeto contou com a participação de doutores, mestres, engenheiros, entre outros profissionais, e foi finalizada recentemente após levantar, inventariar e estudar os recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, a fim de avaliar as partes quantitativa e qualitativa da disponibilidade hídrica da bacia hidrográfica e apontar as demandas.


Nesta semana, o conteúdo desta etapa será apresentado ao Grupo de Acompanhamento do Plano (GAP). Na próxima segunda-feira, dia 25, uma oficina participativa promoverá uma discussão com a sociedade a respeito dos resultados e do cenário futuro desejado pelos cidadãos. O encontro será no salão paroquial de Morro da Fumaça, ao lado da igreja matriz, a partir das 13h30min. A intenção também é formular o “Pacto das Águas” para aumento das disponibilidades, recuperação da qualidade das águas, gerenciamento das demandas e gestão da bacia hidrográfica.

"Nas próximas oficinas serão discutidas importantes questões relacionadas ao futuro dos recursos hídricos da bacia do rio Urussanga. Os participantes das oficinas irão auxiliar nas decisões e subsidiar as propostas para o desenvolvimento e a preservação da bacia, de forma participativa e com auxílio de dados produzidos pelo plano de recursos hídricos", explica o coordenador técnico do Plano, Leonardo Porto Ferreira.


Palestra enaltece pesquisas sobre o rio Criciúma

O curso de Geografia da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) oportunizou um espaço ao Comitê da Bacia do Rio Urussanga alusivo ao Dia Mundial da Água. Na tarde do dia 14 de março, a técnica em recursos hídricos da Associação de Proteção da Bacia Hidrográfica do rio Araranguá (AGUAR), Dra. Rose Maria Adami, conduziu a palestra “Estudo do Rio Criciúma na Paisagem Urbana: da ruptura à Revitalização”.

A ação foi prestigiada por alunos e professores do curso. Na ocasião, Rose Adami apresentou os trabalhos científicos (projetos de pesquisas, artigos científicos e a elaboração de um livro) que desenvolve desde 2002 sobre o rio Criciúma, rio urbano que corta a cidade de mesmo nome, e a bacia hidrográfica em que está inserido. Nestes 17 anos de pesquisa a identificação de alguns pontos apresenta a história natural e de ocupação da bacia do rio Criciúma. 


CONCLUSÕES DA PESQUISA
De acordo com Rose, o primeiro entendimento refere-se à área central do município de Criciúma e mostra a propensão natural para inundações. “As próprias características da bacia hidrográfica contribuem para agravar ou prolongar as inundações, como a declividade acentuada, o tipo de canal e a forma da bacia. Associados a estas características naturais soma-se a influência do clima, a impermeabilização do solo, o desmatamento e a canalização do rio principal e seus afluentes, ausência de vegetação e a ocupação irregular, que influenciam na ocorrência de inundações no fundo do vale”, explicou.

Outro elemento importante que essas pesquisas possibilitaram foi a identificação dos processos de apropriação do rio Criciúma e seus afluentes pelos grupos sociais em três períodos. “No primeiro Período (1880 a 1930) a apropriação dos rios da bacia ocorreu pelas pequenas indústrias manufatureiras e das margens pela agricultura, pecuária, serviços e comércio. No segundo período (1930 a 1960), a apropriação dos rios ocorreu pelas empresas de mineração para lançamento de efluentes e as margens para depósito de rejeito de carvão; e pela população em geral para lançamento de esgotos domésticos e resíduos sólidos. No terceiro período (1960 aos dias atuais), os rios e suas margens foram apropriadas pelas empresas da construção civil para verticalização das construções e pela população em geral para edificações”, pontuou.

Em trabalhos recentes sobre revitalização de rios urbanos, Rose Adami salienta que existe uma tendência mundial crescente em diversos países, inclusive no Brasil, em integrar seus cursos d’água para que sejam incorporados à paisagem urbana. No Brasil, Estados como São Paulo e Minas Gerais, já incorporaram essa tendência, por meio da renaturalização e revitalização de seus rios urbanos. No entanto, a revitalização de rios e córregos em meio urbano, todavia, é um assunto que desafia os gestores públicos e provoca muitos debates.

“Para que os rios urbanos possam voltar a ter condições de vida no seu ambiente, o desafio é despertar nos gestores públicos e na própria população o interesse de integrar os cursos d’água à paisagem urbana, uma vez que esses dois segmentos da sociedade são de suma importância, para que o processo de revitalização dos rios realmente aconteça. Aos gestores públicos também cabe o interesse de implantar a coleta e tratamento de esgotos domésticos e industriais nos rios urbanos, enquanto ação político-administrativa, juntamente com as empresas de saneamento contratadas pelas prefeituras, para despoluição e recuperação da qualidade da água, redução do mau cheiro e de problemas de saúde da população. A ideia da revitalização do rio Criciúma ou de parte dele ainda é um sonho a ser realizado, porque enquanto vários países europeus e alguns estados brasileiros revitalizam seus rios e os integram à paisagem urbana, o município gasta milhões para recobri-los”, finalizou.


Texto/colaboração: Jornalista Eliana Maccari/Rose Maria Adami

GAP acompanha trabalhos do Plano de Recursos Hídricos

O Grupo de Acompanhamento do Plano (GAP) de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Urussanga se encontrou pela terceira vez com a equipe técnica coordenada pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), responsável pela execução do projeto, no dia 18 de março, em Urussanga.

Os profissionais integrantes do GAP, representantes de entidades membros do Comitê da Bacia do Rio Urussanga, acompanharam a atualização dos trabalhos e o relatório referente à etapa C. Juntos, GAP e equipe técnica da Unisul discutiram as sugestões de alterações enviadas pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Sustentável (SDS).




15 de mar. de 2019

Mudanças Climáticas já afetam o litoral Sul de SC

Dados mostram aumento das temperaturas e chuvas e alterações nos mapas de plantações. Situações extremas são previstas como excesso de frio e falta de chuvas. Dia 16 de março é data destinada à conscientização sobre o tema

Os cientistas estão emitindo alertas ao longo das décadas, mas a sensibilização demora até envolver profundamente a sociedade. Desta forma, ano a ano, as mudanças climáticas vão alterando os padrões de temperatura e de chuva em todo o globo terrestre. No Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, 16 de março, o Comitê da Bacia do Rio Urussanga mostra dados e compartilha informações levantados pela entidade membro Epagri.

De acordo com o PhD em Agrometeorologia e pesquisador da Epagri, Márcio Sônego o alerta mais forte da ciência em relação a este tema foi dado no ano 2007 quando o Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC) lançou seus relatórios conclusivos. “Desde que o homem inventou a máquina a vapor e iniciou o consumo exagerado de combustíveis fósseis como carvão e petróleo, a partir dos anos 1800, houve aumento de gases de efeito estufa (CO2 principalmente), tido como maior culpado do aquecimento global. Além disso, o próprio corte das matas para a ocupação por cidades ou atividades agropecuárias altera a cobertura vegetal original e trouxe consequências no ciclo hidrológico, na temperatura e na qualidade do ar”, explica.

Segundo Sônego, no cenário global as mudanças mostram um aumento da temperatura média global em quase 1°C, comparando dados coletados em estações desde 1880, e aumento na concentração de gases nas medições feitas desde 1958. O pesquisador afirma que o litoral Sul de Santa Catarina já têm sentido estas mudanças climáticas.

“Estudos feitos pela equipe da Epagri/Ciram mostram que o aumento de temperatura média em Santa Catarina, em especial à noite, está alterando lentamente o mapa das plantações. Os produtores de fumo já fazem seus plantios antes do inverno, sem medo de geadas. Produtores de arroz têm antecipado o plantio até mesmo para agosto por conta e risco próprio, quando o ideal seria outubro. Os bananais estão descendo o morro, e tem produtor de Santa Rosa do Sul plantando nas terras baixas, onde as geadas eram mais frequentes e matavam as bananeiras. Dados da estação meteorológica de Urussanga revelam que a temperatura média aumentou em 0,8°C desde 1924 e que a chuva total anual já está próximo aos 1.700 mm. Analisando dados de chuvas de outras estações também revelam um pequeno aumento nas precipitações, como é o caso das estações de Meleiro, Timbé do Sul, Ghellere/Barragem do rio São Bento”, pontua.

Outras alertas são feitos pelo Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC). Conforme Sônego, mesmo tendo sido registrado aumento de temperatura média e de chuvas, o IPCC adverte que extremos climáticos ainda existirão na região como, por exemplo, falta de chuvas em alguns anos e excesso de frio em alguns invernos. “Outro estudo chama atenção para o maior risco de ciclones no oceano Atlântico e que poderiam repetir o Catarina de março de 2004”, frisa.

ONU INDICA MEDIDAS URGENTES
Em 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A proposta é para todos os países do mundo implementarem as medidas até 2030. Na lista, a ação número 13 se refere à atitudes urgentes para combater a mudança climática e seus impactos. Oito medidas são sugeridas, entre elas a utilização dos recursos naturais com responsabilidade, o consumo de bens, produtos e serviços com consciência, e o apoio à iniciativas de carbono neutro.



CONSEQUÊNCIAS DO AUMENTO DE CHUVAS
O PhD em Agrometeorologia e pesquisador da Epagri, Márcio Sônego salienta que o aumento de chuvas no Sul traz aspectos positivos e negativos. O excesso de chuva traz maior risco de erosão do solo, perda de lavouras mais sensíveis à umidade, enchentes urbanas e rurais, construções mais adequadas ao calor e à chuva, e escolha de espécies vegetais e animais mais apropriadas a estas mudanças climáticas.

“A parte positiva é que as chuvas resultam em maior disponibilidade de água para a região. Mas deve ser armazenada de maneira adequada para que possa ser usada durante os meses de possíveis estiagens. Na Barragem do Rio São Bento, o relacionamento colaborativo entre a Casan e as associações de irrigantes é um exemplo. Quando se sabe que haverá falta de água para as lavouras, a Casan tenta compensar com água da barragem aos irrigantes, até certo limite que não comprometa o abastecimento urbano. Vale lembrar que muito desta chuva escorre pela superfície urbana e rural, alcança os rios e vai para o oceano. Além disso, os efluentes gerados pela sociedade e liberado nos cursos d'água nem sempre são tratados adequadamente e voltam para o rio totalmente poluídos, inadequados para o consumo, verdadeiras águas sujas”, acrescenta.


CENÁRIOS FUTUROS PARA A REGIÃO
O IPCC, grupo de cientistas que trabalham em conjunto para estudar o clima, a pedido da ONU, elaboram relatórios com os cenários futuros. Em síntese, os especialistas acusam que haverá aquecimento global até, pelo menos, o ano 2100. “Terá aumento de até 7°C no extremo norte do Hemisfério Norte e de até 4°C aqui no Hemisfério Sul. O regime de chuvas também vai mudar, com aumento de chuvas no Sul do Brasil, e diminuição no Nordeste e Sudeste do Brasil”, pontua o pesquisador da Epagri.

Para Márcio Sônego, a principal arma para combater o problema das mudanças climáticas é a boa informação, baseada em dados idôneos, resultados de estudo. “A sociedade precisa continuar investindo em monitoramento do clima através de observações de superfície (estações e bóias oceânicas), observações de satélites, estudos do clima passado. É imprescindível passar as informações para a sociedade poder tomar decisões. Precisamos que as pessoas sejam conscientes e que consigam absorver as informações. E isto passa por escolas com currículos escolares que enfoquem as ciências naturais. O ser humano precisa da natureza, mas a natureza não precisa de nós", finaliza.

PREVISÃO DE ALTERAÇÕES NO BRASIL E NO MUNDO
No Brasil, estudos feitos pela Embrapa revelam que ocorrerá alteração na aptidão climática para produção de alimentos nas diversas regiões. “A produção de café, por exemplo, poderá migrar lentamente em direção ao Sul do país porque ficará muito quente e mais seco aonde hoje é produzido. Lavouras típicas de clima tropical´, como banana e mandioca, poderão ampliar sua área de plantio no Sul do país pelo aumento de temperatura e o menor risco de geadas. Em termos globais, países muito frios como a Rússia poderão ter aumento na área climaticamente apropriada ao plantio de lavouras, pela diminuição do frio que hoje mata as lavouras”, explica Sônego.

O PhD em Agrometeorologia salienta que, por outro lado, o IPCC adverte para impactos negativos sobre a natureza e para a sociedade. “O norte do continente africano pode se tornar tão mais seco e mais quente, inapropriado para ser habitado, devido a diminuição de chuvas. Assim como toda a região banhada pelo Mar Mediterrâneo poderá se tornar tão quente e seca que pode dificultar a agricultura e o turismo. O IPCC chama atenção de que os países com menor recursos tecnológicos e financeiros sofram ainda mais, por não terem condições para se protegerem com obras de defesa às alterações ambientais provocadas pelas mudanças climáticas. Chamam a atenção de que os países mais sofridos hoje por catástrofes climáticas poderão sofrer ainda mais”, finaliza.


TEXTO: ELIANA MACCARI - JORNALISTA MTB JP04834SC
FOTO: JOÃO MARINO VIEIRA - CONCURSO FOTOGRÁFICO

Oficina estimula membros à reflexão e compromissos na gestão dos recursos hídricos

Conscientizar segmentos da sociedade organizada para o entendimento da bacia hidrográfica foi o objetivo da primeira oficina de capacitação permanente de membros no dia 13 de março, durante a Assembleia Geral Ordinária do Comitê da Bacia do Rio Urussanga, nas dependências da UNESC. Participaram da ação, membros de entidades representantes da população da bacia, do poder público e dos usuários de água.

Com o tema “Bacia Hidrográfica: Unidade Territorial de Ocupação Humana e Planejamento de Recursos Hídricos”, a oficina foi ministrada pela professora doutoranda Yasmine de Moura da Cunha e a técnica em recursos Hídricos da Associação de Proteção da Bacia Hidrográfica do rio Araranguá (AGUAR), Dra Rose Maria Adami.


Assuntos como meio físico e biológico, uso da terra e problemas ambientais foram abordados. “Esta primeira oficina visa a conscientização dos diferentes segmentos da sociedade organizada sobre os aspectos físicos, biológicos, econômicos, sociais e problemas ambientais da bacia do rio Urussanga, para que seus membros possam participar das discussões e compromissos sobre a gestão de recursos hídricos da bacia hidrográfica de forma mais consciente”, explica Rose.

Outras cinco capacitações direcionadas aos membros serão promovidas entre os meses de maio e setembro deste ano. As oficinas serão realizadas dentro das Assembleias Ordinárias e Extraordinárias para garantir maior participação dos membros do Comitê e êxito nos objetivos. As capacitações irão estimular discussões e reflexões sobre os recursos hídricos, bem como fortalecer as organizações envolvidas nos vários âmbitos responsáveis pelas políticas ambientais dos dez municípios inseridos na bacia hidrográfica. 

A próxima oficina será realizada no dia 8 de maio, às 15 horas, com o tema “Papel dos Comitês de Bacias Hidrográficas e de Seus Membros no Processo de Gestão de Recursos Hídricos”. A oficina será ministrada por Taciane Leme Neto, coordenadora de capacitação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas do Brasil (ANA).

13 de mar. de 2019

Em assembleia, participação de membros é enaltecida e reforçada com capacitação

Representantes de entidades membros do Comitê da Bacia do Rio Urussanga participaram na tarde desta quarta-feira, dia 13, da primeira Assembleia Geral Ordinária deste ano, nas dependências da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). As deliberações aprovaram remanejamentos e modificações no plano de aplicação do projeto de operacionalização apresentados pela coordenadora da AGUAR, Cenilda Mazzucco, além da aprovação de alterações de representantes em grupos de trabalho e discussão do processo de seleção, renovação e substituição de organizações e membros.

“A participação de entidades membros e seus múltiplos profissionais é fundamental para contribuir nas competências e decisões as quais, a qualquer momento, podem solicitar a posição do Comitê perante situações adversas”, frisou a presidente do Comitê da Bacia do Rio Urussanga, Carla Possamai Della.


Os membros também analisaram e aprovaram a parceria do órgão colegiado na proposta de Acordo Internacional entre a AGUAR e a Universidade do Minho (Portugal). “Este acordo que visa a troca de experiências permitirá a participação de outras entidades interessadas que estão inseridas no Comitê, por exemplo, nas futuras ações. Agora será montado o projeto para captação de recursos”, explicou a técnica em recursos hídricos da AGUAR para o Comitê da Bacia do Rio Urussanga, Rose Adami.

O técnico da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Sustentável (SDS), César Seibt, enalteceu que a organização de um Comitê melhora o funcionamento e propõe mais transparência. A assembleia encerrou com a primeira capacitação permanente de membros que abordou como tema “Bacia Hidrográfica: Unidade territorial de ocupação humana e de planejamento de recursos hídricos”. Assuntos como meio físico e biológico, uso da terra e problemas ambientais foram conduzidos pelas ministrantes Yasmine de Moura da Cunha (Unesc) e Rose Maria Adami (AGUAR). Outras cinco capacitações serão promovidas até o mês de agosto.

Foto e texto:  Eliana Maccari - Jornalista MTB JP 04834SC

12 de mar. de 2019

Encontro idealiza ações educativas

A educação ambiental é um dos elementos que será trabalho pelos Comitês das bacias dos rios Araranguá e Urussanga. O planejamento das atividades iniciou efetivamente no dia 6 de março, durante reunião com profissionais da Gerência de Educação (GERED) de Criciúma. 

Participaram do encontro as técnicas de recursos hídricos da Associação de Proteção da Bacia Hidrográfica do Rio Urussanga (AGUAR), à disposição dos Comitês das bacias dos rios Araranguá, Michele Pereira da Silva, e Urussanga, Rose Maria Adami, a Supervisora de Gestão Escolar, Kelly Cristina Fernandes, e a consultora educacional Dulcinéia Nazario Fernandes na GERED.

Até setembro deste ano, a meta do Comitê da Bacia do Rio Urussanga é desenvolver cinco ações que incluem um projeto de eficiência hídrica nas escolas e empresas, visitas orientadas na bacia hidrográfica, atividades educativas em datas comemorativas relacionadas ao meio ambiente e a realização de palestras. Além disso, o órgão colegiado pretende promover seis capacitações direcionadas aos membros dos Comitês e também para a comunidade em geral. 

“A água constitui um elemento primordial para todas as atividades humanas. Por isso é essencial a busca por parcerias com escolas, empresas e outros segmentos da sociedade para o desenvolvimento de ações de educação ambiental voltadas aos recursos hídricos. Uma nova cultura hídrica e ambiental só será estabelecida quando houver amplo e permanente processo educativo formal e não formal voltado à sociedade em todos os seus segmentos. Neste contexto, a Educação Ambiental se apresenta como uma metodologia eficiente, pois possui interfaces voltadas ao desenvolvimento da cidadania e de novas formas de abordagem com relação à sociedade e sua interferência na natureza”, explica a técnica de recursos hídricos, Rose Maria Adami.


6 de mar. de 2019

Oficinas visam capacitação de membros

O Comitê da Bacia do Rio Urussanga irá promover seis capacitações para representantes de entidades membros entre os meses de março e agosto de 2019. As ações estão previstas no plano de trabalho do órgão colegiado e foram aprovadas em assembleia.  

A primeira capacitação permanente ocorrerá durante a próxima assembleia, no dia 13 de março, das 15 às 18 horas, na Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). O tema da formação será “Bacia Hidrográfica: Unidade territorial de ocupação humana e de planejamento de recursos hídricos”, conduzido pelas ministrantes Yasmine de Moura da Cunha (Unesc) e Rose Maria Adami (AGUAR). 

“O objetivo dessa capacitação será discutir com os membros a importância da bacia hidrográfica envolvendo estes aspectos de ocupação humana e planejamento. Iremos abordar questões como meio físico e biológico, uso da terra, problemas ambientais, entre outras”, explica Rose.

As inscrições para a primeira oficina podem ser realizadas pelo link: http://1cpm2019.regg.co/




Comitê Rio Urussanga convoca membros para primeira assembleia do ano

O Comitê da Bacia do Rio Urussanga convoca os representantes das entidades membros e a população em geral para participarem da primeira Assembleia Geral Ordinária do ano de 2019. A reunião acontecerá no dia 13 de março, às 13h30min em primeira convocação, na dependências (Bloco P - Sala 19) da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Na oportunidade serão deliberados sobre a aprovação de remanejamentos e alterações no plano de aplicação do projeto de operacionalização, alterações de representantes em grupos de trabalho, discussão e aprovação como parceiros da proposta de Acordo Internacional entre a AGUAR e a Universidade do Minho (Portugal), discussão do processo de seleção, renovação e substituição de organizações e membros nos Comitês de Bacia Hidrográfica, entre outros assuntos.