Estamos fechando uma importante etapa no âmbito da gestão pública de recursos hídricos, ao finalizarmos 2015. De fato, tivemos um ano muito desafiador, de muito trabalho, de superação, considerando o atual contexto do país e no mundo. O agravamento da crise hídrica em âmbito nacional e internacional fez-nos compreender ainda mais a importância da participação da sociedade na construção da governança da água por meio do fortalecimento dos comitês de bacias hidrográficas.
Ao mesmo tempo que empreendemos esforços para manter em pauta a questão hídrica como ponto de referência para a mobilização em torno do fortalecimento das políticas voltadas à gestão da água, testemunhamos situações que nos fizeram refletir muito. O caso da tragédia de Mariana, MG, que destruiu o rio Doce e causou impactos inimagináveis aos diversos ecossistemas, incluindo as populações humanas ao longo do seu leito, com alcance até o litoral capixaba, mostrou claramente o risco atual por que passam as bacias hidrográficas.
Por aqui, também a contaminação das bacias hidrográficas, em curso há mais de um século pelas diversas atividades humanas, reforça igualmente a necessidade de um maior controle e monitoramento da situação de vulnerabilidade de nossos rios. Fica igualmente evidente a importância que os planos de bacia terão em permitir o acompanhamento dos usos praticados no território que impactam diretamente os rios.
As situações aqui trazidas, portanto, dão-nos a convicção sobre a relevância do papel que o Comitê do Rio Urussanga desempenha e continuará levando adiante. A gestão pública da água, como instrumento de consolidação da democracia, assegurada com a atuação efetiva dos diversos atores – sociedade civil, usuários de água e governo, é o melhor caminho para garantir êxito no processo.
Assim, com todo o trabalho de mobilização social, com a articulação dos diversos setores, e o desenvolvimento de educação ambiental, estamos criando as bases para promover o gerenciamento dos recursos hídricos no território que compreende a nossa bacia hidrográfica. Desejamos que, em 2016, este caminho seja fortalecido, a fim de que o cenário que hoje delineia a nossa realidade possa ser transformado, fortalecendo a nossa esperança em dias melhores para todos, por meio do uso responsável e solidário da água.
José Carlos Virtuoso - Presidente do Comitê da Bacia do Rio Urussanga
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