15 de nov. de 2018

Relação da sociedade com os rios é evidenciada por professor de Portugal

Como pensar em uma bacia hidrográfica para que todos tenham água? Portugal é um exemplo e sua gestão nesta área foi apresentada à região Sul de Santa Catarina pelo professor PhD e geógrafo da Universidade do Minho (Portugal), Francisco da Silva Costa. O especialista, que também atua como Expert da União Europeia no quadro do Programa Horizonte 2020, conduziu uma palestra, em Criciúma, no dia 14 de novembro, acadêmicos e membros dos Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rios Araranguá e Urussanga.


A maneira diferente de fazer a gestão dos recursos hídricos surgiu em Portugal após problemas envolvendo rios na divisa com a Espanha. A relação da sociedade com uma bacia hidrográfica foi evidenciada pelo professor através do exemplo do rio Ave, o uso da água, como a sociedade se apropriou dela e do espaço ao longo dos anos e o modo como era a gestão do poder público neste rio e no entorno.

“A participação pública e participação social não tem se revelado suficiente para haver um envolvimento que permita uma melhor gestão dos conflitos e a preservação dos recursos hídricos. Por isso, reforço que a educação para a sustentabilidade deve ser aprofundada e possibilitar uma maior capacitação das comunidades para a gestão participativa”, frisou.

Francisco também abordou as "Diretivas da Água", instituídas pela União Europeia, e o papel dos conselhos de Bacias, que se igualam a atuação de Comitês, na gestão da água em Portugal. O estudioso também mostrou o cenário da preservação das águas na Europa, um comparativo com a gestão realizada atualmente no Brasil e enalteceu a necessidade de se aprofundar a educação ambiental. Ele finalizou a palestra salientando o que ainda falta para a gestão nesta área ser forte e ter resultados.

Realizada pelos Comitês das Bacias do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Mampituba e do Rio Urussanga, a palestra contou com o apoio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Sustentável (SDS) de Santa Catarina e Associação de Proteção da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá (AGUAR), além da parceria da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc).

ATUAÇÃO DOS COMITÊS
Para o geógrafo, os Comitês de Bacia são instrumentos para aproximar do setor público os usuários, gestores e agentes relacionados com a água. “Devem ser entidades de proximidade para a gestão e preservação dos recursos hídricos. Na palestra, pretendi fazer com que as pessoas envolvidas nesse meio fizessem uma reflexão, no sentido de conhecerem outra realidade e sentirem que existem situações muito semelhantes, ações que também são negativas e novas práticas, com abordagens mais modernas”, pontuou.


Texto: Eliana Maccari/Francine Ferreira 
Fotos: Francine Ferreira

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